sexta-feira, 19 de maio de 2006

Eurovision Song Contest 2006 (I)

E pois, segui mais uma vez a tradição e assisti à pré-eliminatória do ESC 2006. Só pena que para a RTP não vale a máxima "uma imagem vale mais que mil palavras" e teime em comentar em demasia. Se pelo menos fossem "pieces of information" ou trivia acerca do assunto, mas não, apenas "fibras verbais", ou seja "palha", que não servem para nada, a não ser detectar que a RTP também transmite em cores e com som!
Pronto a par desta teimosia da RTP, lá ouvi as "obras primas" da música europeia, interpretadas pela "créme de la créme" dos artistas deste velho continente. Para quem não tenha entendido, estava a referir a última frase em tom irónico ;-)
Este ano o "Festival" foi em Atenas, depois da Grécia ter tido aquela onda de boa disposição dos Deuses do Olimpo e lhes ter abençoado com o Título do Euro2004 (aihh como aìnda doi ;-)), os jodos Olímpicos (simplesmentes belos pela arquitectura de Santiago Calatrava e pela cerimónia de abertura) e ainda por ter vencido (merecidamente) o ESC2005. Parece que os Deuses até estavam tão bem dispostos que até desceram até à terra e puseram-se a entoar canções de "Festivais" anteriores. Houve pelos vistos ainda mais espectáculo, mas como a RTP é um canal que necessita de financiamento, optou por os omitir e nos "mimar" com publicidade.
Quanto à equipa apresentadora, esperava-nos uma dupla jornalista/modelo, havendo neste caso a partícularidade de os papeis estarem trocados (viva a emancipação! lol), sendo ELA a jornalista e ELE o modelo. Mas lá se portaram bem e teriam até tido dito alguma coisa, se não fosse o Eládio sempre a interromper. Seguiu-se a Show e deixo então os meus comentários acerca das interpretações:
1 - Arménia: É a estreia deste país neste concurso e deste modo como é a 1ª vez, está perdoada de tudo. A interpretação fez lembrar um pouco um Show de David Copperfield, as bailarinas a amarrar o intérprete, só pena que não trouxeram a serra e começaram logo a serrar ou fazê-lo desaparacer, pelo menos assim não teria-mos aturar as desafinações e o inglês com sotaque de bloco de leste.
2 - Bulgária: A canção até foi uma balada interessante, com elementos sobre a forma de um cantor a fazer uns interlúdios de dores de barriga (será da comida picante?), que não sei bem enquadradar entre o aihhh flamenco ou aihhhh arábe do médio oriente. Mais não me lembro, sorry.
3 - Eslovénia: O que é que acontece quando há lua cheia? O lobishomem sobe ao palco e põe-se a cantar canções! É o que parece aqui! Um "tipo" qualquer, recordando vagamente um lobishomem, sobe e canta com uma bailarinas o texto de todos anos "bla bla bla tell me bla bla". Apenas como gadget aquela cena do "ah ah ah" e os braços a indicar as saídas de emergência. Lol, chegou, mas não convenceu.
4 - Andorra: Confesso que durante a maior parte da canção tinha dificuldades em detectar se a cantora estava a cantar em Inglês, em Castelhano ou em Catalã. Mas lá foi ela chorando, porque estava "Sense Tu". E por fim descobri que era em Catalã.
5 - Bielorussia: Será que a cantora é uma das dezenas filhas ilegitimas de Mick Jagger? Se não, pelo menos usa os mesmo gestos espásticos dele que tanto se vê nas actuações dos míticos Rolling Stones. Canção interessante, letra demasiado "mamã".
6 - Albânia: O país do qual todos já ouviram alguma vez falar, mas ninguém sabe bem onde fica. A canção recorre a elementos tradicionais étnicos e os avôzinhos até se empenham a tocar, mas o "puto" tinha a mania de estragar a melodia. Continuem a tentar, após tantos anos de isolamento ainda têm tempo para recuperar.
7 - Bélgica: E acabou-se por confirmar. Os grandes nomes nem sempre são reconhecido no ESC. Este ano a Bélgica tentou a receita mágica, chamada Kate Ryan, mas não foi avante. Mesmo precavendo de todos imprevisto, senão para que serviriam 3 micros "luminosos"? Kate veio, mas não cenvenceu. É pena, a artista até é uma boa artista, mas não havia necessidade.
8 - Irlanda: A Irlanda deve sempre levar uma fadazinha ou um duendo consigo, para ter essa sorte de conseguir subir sempre para os lugares de topo. Esta ano a interpretação não foi ao estilo celta, cheia de sons esféricos e nebulosos à la "New Age" mas sim uma típica balada, ao bom Irish Style, tal como o Guiness, com aquela tristeza inata irlandesa. Só pena que havia demasiado dejá vu. Demasiado da melodia (e do texto) recordavam outras canções do mesmo país, já anteriormente apresentadas e entoadas. O título deveria se chamar "Every song is a dejá vu". Se não tivesse partido em 8º lugar, serviria como acompanhamento ideal para o encerramento e obrigatório Good Bye
9 - Chipre: Dando um pulinho sobre o Mar Egeu, veio-nos a representante deste país, não sei se do lado do turco ou do grego da ilha, mas pelo menos sei precisar em que mês foi escrita esta canção: Dezembro. Porquê? Demasiado obvio, balada de Natal, com qual as divas gostam de mostrar o seu espirito e os seus dotes vocais.
10 - Mónaco: O que é que terá a Polinésia Francesa ou o Hawai e o Mónaco em comum? - Praia, talvez. Mas as semelhanças devem-se ficar por aqui. Valeu pelo momento da descontracção das outras canções, que se assemelham cada vez mais.
11 - Macedónia: Não aquela, que pertence à Grécia, mas sim aquela que tal como Prince mudou de nome e agora se intitula "Former Yugoslavian Republic of Macedonia", tal como "The Artist Formely known as Prince". A par do nome deste país ser suuuperlongo, a música pareceu mais curta. Um pouco de Shakira, um pouco de Anastacia, temperado com Mariah Carey q.b. e lá temos um prato, ah desculpe, uma artista com acompanhamento de canção pronta.
12 - Polónia: Os polacos até tentaram "escovar" um pouco o público grego com aqueles máscaras de tragédia ou melhor comédia grega, mas lá não ajudou muito. Primeiro a coloração de cabelos do cantor tinha o prazo de validade ultrapassado (foi comprado no Biedronka?) e saiu verde. Depois acabou a gasolina (ver parte da letra "bla bla Gasolina bla bla") e lá tiveram de ir à boleia até Atenas.
13 - Rússia: Aqui temos a prova que a Rússia quer apostar em forte para "invadir" a Europa. Peguem num "conhecido desconhecido" qualquer da MTV Russia e juntem uns efeitos especiais e lá teremos uma combinação, que ilude e é apurada. Só me resta saber se a rapariga se meteu voluntariente dentro do piano ou foi forçada? Ou será que ela era uma espia especial do KGB, que se infiltrava em pianos alheios para espionar as músicas do inimigo capitalista?
14 - Turquia: Inicialmente não gostava nada da música, mas agora é uma das minhas favoritas (em versão turca especialmente). De facto não entender nada da letra tem as suas vantagens. Mas duvido que a cantora seja uma "Süper Star". A par, porquê a obsessão de se tornarem todas loiras. A "senhora" até pode estar aceitávelmente bem conservada para a sua idade, mas para que se meter na camâra da água oxigenda? Parecia quase uma "albina".
15 - Ucrânia: Depois de a "Süper Star" ter abandonado o palco, seguiu-se a Ucrânia. Nada de invasão selvagem ao modo Ruslana ou de Revolução Laranja no palco. Uma canção distantemente recordando Vaya con Dios com elementos sublimes de folclore Ucrâniano. Nada de especial, nenhum Tchernobyl, mas também nenhuma Revolução. Resta-me aguardar pelo fim para na próxima actuação (da Suomi-Finlândia) abanar o capacete e arriscar um traumatismo ucrâniano, lol.
16 - Finlândia: Esta é a minha actuação favorita do ponto de vista de espectáculo. Quando o Eng. Socrátes uma vez referiu que deviamos tomar a Finlândia como modelo, não sabia que seria assim. Mas lá vamos seguir o conselho dele e nos mascarar. Parece que o elenco da Guerra das Estrelas ou da Nave Espacial Enterprise/Voyager se tornou desempregado e se virou para a música. Mas valeu pelo efeitos especiais e também pela música. Let's say: Hard Rock Hallelluja.
17 - Holanda: O que se faz, quando se tem um grupo de loiras e elas não sabem memorizar a letra da canção? Certo, inventa-se uma linguagem bébé e logo elas entendem. Chegaram e entreteram com sons ao bom modo Bacardy Feeling. Mas pouco mais.
18 - Lituania: Estavam a gozar ou foi a sério. Já ouvi falar muito sobre o poder da sugestão nas decisões das pessoas, mas será que tiveram o poder para sugerir a milhões de telespectadores:"We are the winners of the Eurovision"? Parece que desta pelo menos resultou, só espero que não se tornem de facto vencedores.
19 - Portugal: Claro, que aqui as opiniões serão sempre consideradas suspeitas, mas infelizmente há praticamente nada de positivo a referir. A actuação foi péssima, a roupa pirosa e a coreagrafia simplesmente não existiu. Até eu com afonia poderia ter cantado com mais força e mais afinação. E a roupa? Obra de caridade, ou o quê? Parece que encontraram o baú das roupas de juventude da bisavó e lá se puseram a brincar. Mas o pior de todo foi de facto a canção. Lá por querer ter um som ao bom estilo sueco, não significa apresentar tal telelixo, com o erro grave, que se repete todos anos: Copy Paste, Copy Paste e Copy Paste do refrão e isto eternamente até o tempo se esgotar ou o povo enjoar. Não, assim nunca iremos em frente. Ou abaixo com a RTP e o Elvis Veiguinha o então inovem, "challenge me, show me some creativity".
20 - Suécia: Chegaram os campeões. O que o Brasil é para o futebol é a Suécia para o ESC. Este ano enviaram logo a sua diva, vencedora já no longinquo ano ??? e lá voltou ela a repetir a receita. Melodia Pop, muita máquina de vento -já tinha sido assim em Roma com o Stormwind = Tempestade - e de facto uma boa voz, segura e afinada como um Volvo no teste de Alce. Só espero que a máquina do vento não avarie no final (pouco provável já que foi emprestada pela suécia, dahhh) e que não entre em hiperpotência e lá sopre a Carola, para o círculo polar. lol.
21 - Estónia: Ahh, que ei dizer, melodia alegre, mas nada de especial. Texto pouco inovador, a mesma história de sempre, bla bla bla looking through the window bla bla bla sunshine bla bla bla.
22 - Bósnia-Herzegovina: Sem comentários, desculpem estou em black-out.
23 - Islândia: Enfim a maratona chegou quase ao fim, mas não sem antes a Barbie Girl malcomportada brincar à artista. Demasiado lembrava-me a plástico do género "Aqua". E depois a polémica - muito boa para a publicidade - sobre a palavra proìbida f***. Que f*** essa? Hoje até quase no programa infantil aperece essa palavra mais de que uma vez? E então nos filmes franceses, dito culturais, faz parte do standard, mas sempre em francês! Claro!

Após mais algumas actuações/espectáculos de dança, que a RTP entendeu serem demasidos "chocantes", logo os substituir por publicidade seguiram-se os envelopes. Acho magnífico terem agradecido deste modo aos voluntários, certamente ainda estariam muito mais lá, mas por razões de entender, não era possível aumentar mais a cadeia humana. De facto, muitas vezes passa despercebido, quanto trabalho é diariamente feito de uma forma tão nobre e altruista por voluntários, sem que eles tirem ou melhor queiram tirar benenefícios disso, e infelizmente muitas vezes damos tão pouco reconhecimento a estas pessoas. Muitas vezes são topos hierarquicos (por vezes bem pagos) que recebem conhecimento e distinção, esquecendo-se que sem o apoio e empenhamento incondicional dos voluntários nada disto seria possível. Fica aqui o meu apelo, dêem valor aos que merecem e juntem-se os voluntários. Um pequeno gesto pode mover tanto!
Bem, deixando para trás a minha obrigação moral e pessoal de dar o meu agradecimento a todos voluntários, resta-me de pedir desculpa por este post ter sido tão longo, mas após "análise" do Final lá darei uma nova opinião.
Mas antes: Yann Tiersen - I'll be there.

Ciao

 
Who links to me?