sábado, 9 de abril de 2005

Doutores dos Fumos

Inspirado por um artigo num jornal português e pelos tristes acontecimentos recentes, volto a colocar um post para os meus assiduos leitores.
Em primeira lugar queria deixar o meu pesar pela morte da sua Santidade o Papa João Paulo II, foi uma grande pessoa da paz e espero que a sua memória e seu exemplo continuem para além da sua morte. Afinal de contas foi o unico Papa que conheci, e penso que para mim a expressão Papa ficará sempre associada a este homem simpático vestido de branco que foi capaz de aproximar religiões e a incentivar os jovens a acreditar em algo mais para além do efémero e material deste mundo.
Bem mas agora começando aquilo que queria dizer neste artigo.
Facto de se tratar de uma acontecimento que implica um grande parte da população mundial (seja ele católico praticante ou praticamente não praticante), as estações televisivas não deixaram de fazer guerra de audiências e transmitir blocos informativos demorados. Embora não seja um assunto, do qual se deva fazer sátira, mas bem me parecia que quase estavam à espera do último suspiro do Papa para dar em primeira mão a notícia da sua morte ou melhor mortes, porque as vezes que circularam notícias do seu falecimento dava para fazer apostas quando é viria a notícia verdadeira. Nem quero imaginar se no tempo da crucifixação de cristo houvesse estações televisivas!
É facto que uma imagem vale mais que mil palavaras e deste modo não entendo a mania dos jornalistas em tentar preencher essas imagens com mais de mil palavras. Dêem-me silêncio, não palha, pois não sou burro e entendo muito bem o que se está a passar em cada momento!
Ainda por cima o que me mais irrita são os ditos pseudo-entendidos de assuntos canónicos e do Vaticano. Para mim são doutores do Fumo, formados à pressa pela leitura em diagonal dos guias de visita da Basílica de São Pedro e dos Museus do Vaticano. Têm pelo menos a dignidade de admitir que não são capaz de explicar tudo e não se ponham a inventar ou a advinhar! Se eu quiser advinhas vejo a Maya na Sic 10 horas. Mesmo o colarinho de Padre não torna alguém automaticamente em entendido em matéria do Vaticano. Afinal de contas são 2000 mil anos com progressos e retrocessos e com uma constante alteração e manutenção de actos, regras e atitudes que nos hoje parecem obscuros e irracionais, mas que naquele tempo tinham uma utilidade bem mais razoável - tal como se utilizava o incenso para evitar a propagação de doenças.
Deixem de tentar advinhar quem será o próximo Papa, é mais provavel acertar no Euromilhões (os 62 milhões já se foram, mas a mim chega também menos), do que acertar que será o próximo Papa. O provérbio, mais que citado nos últimos dias, bate mesmo certo: Quem entra Papa sai Cardeal. Basta dar revisão pelos jornais. Nossos vizinhos espanhois por exemplo citam no elmundo.es mais que dois cardeais espanhóis como papaveis (? será o mesmo que comestível?), na Italia, já há uma legião de cardeais pronta a ser Papa. Mas o melhor é na Inglaterra, lá se faz apostas quem será o próximo Papa. A ver vamos. Num ponto pelo menos deixo de ser patriota, não têm qualquer preferência do próximo Papa ser português ou não português. Entendo que este cargo é demasiado delicado e importante (no contexto da paz mundial através da aproximação de religiões e como força moderadora para o diálogo) para que haja espaço para impetus de nacionalismos. Acima de tudo ao se tornar Papa a sua nacionalidade fica suspensa, já que adquire a nacionalidade do Vaticano. Bem por isso só espero que o próximo continue com um espirito de aproximação de confissões religiosas, sem no entanto deixar o espaço de manobra para discutir os assuntos internos da religião actólica, nomeadamente quanto ao uso de preservativo.

Alchemist

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